segunda-feira, 16 de março de 2009

O fim da "Discografias" deixa mais de 1 milhão de usuários órfãos no Orkut

É gente....é com muito pesar que venho dizer que a comunidade "Discografias" foi tirada do ar a pedido da APCM (Associação Antipirataria Cinema e Música). Ontem, dia 15/03/2009 foi o último dia de vida desta comunidade que abrigava 962 mil usuários, mas que era acessada por mais de um milhão de usuários, pois não exigia ser cadastrado nela para se ter acesso ao seu conteúdo.

Criada em novembro de 2005, os internautas compartilhavam links com álbuns musicais inteiros sem pagar nada. A organização e o volume de material fez com que o endereço se tornasse uma das principais plataformas na web brasileira para quem procura esse tipo de conteúdo.

Os moderadores, que não se identificam, emitiram um comunicado publicado no próprio Orkut.
"Informamos a todos os membros da comunidade 'Discografias' que encerramos as atividades devido às ameaças que estamos sofrendo da APCM e outros órgãos de defesa dos direitos autorais.", a nota não informa que tipo de ameaça estaria sendo feita contra eles.

Esta exclusão já era prevista pelo Google, responsável pelo Orkut, desde outubro de  2008, "Não é com o fechamento desta comunidade ou outras equivalentes que as gravadoras aumentarão seus lucros.", afirmam os moderadores no comunicado de despedida.

GUERRA

No ano passado a APCM já havia declarado guerra à comunidade, tida como principal inimiga na rede. "Em se tratando de música, ninguém tem mais arquivos que violam os direitos autorais do que a 'Discografias'", disse Edner Bastos, coordenador antipirataria da associação que defende a propriedade intelectual.

Esta declaração fez circular um abaixo-assinado (no qual eu participei) que contava com 26 mil assinatutas contra a exclusão da comunidade. A época a associação conseguia excluir alguns tópicos da comunidade, mas não mais que isso, devido a complexidade e o tamanho do fórum.

Os moderadores chegaram a se defender dizendo que "muitas bandas, hoje, tanto no Brasil como no exterior assumem que não fariam sucesso não fosse a internet. Até o Presidente da República deu uma declaração favorável sobre 'baixar músicas na internet'. Ilegal e pirataria, na nossa opinião, é vender cd´s piratas." disseram sem sair do anonimato.



É uma pena, pois a indústria do entreterimento não está sabendo lidar com a internet. Não sabe usar esta excelente ferramenta a seu favor. Por que não fazem como nos EUA, onde a loja iTunes, da Apple, vende faixas musicais a 0,99 centavos de dólar? A mesma Apple já tentou trazer a loja virtual iTunes pro Brasil, mas disse que não houve acordo com as gravadoras e agências de cartão de crédito. 
Eles queriam facilidade? Pra quê? Aqui no Brasil o pensamento é "se pode atrapalhar, pra quê ajudar".

Um triste fim para uma comunidade já me ajudou bastante na procura de novas bandas para conhecer e escutar.


Outra iniciativa válida, que acho legal postar aqui, é da banda ForFun, do Rio de Janeiro. Em seu site oficial ela disponibiliza todo o material que o fã precisar. Desde o álbum completo, até encarte e letras. Esta mesma banda possui um canal exclusivo no Youtube, onde posta as novidades das viagens para shows, gravações em estúdio e a intimidade da banda.

Isso sim é fazer bom uso da tecnologia em favor da boa música e aproximar os fãs cada vez mais.